Liceu Coração de Jesus, colégio fundado em 1885, fechará as portas graças à cracolândia
Fundado em 1885 com ajuda da Princesa Isabel, o Liceu Coração de Jesus é um dos colégios mais tradicionais do país.
Situado na região de Campos Elíseos, região central da cidade de São Paulo, vem sofrendo com as transformações ocorridas no entorno nas últimas décadas juntamente com a falta de segurança, o que fez com que muitos pais retirassem seus filhos da escola.
O comunicado
A decisão de encerramento das atividades foi comunicada aos pais e alunos a partir deste semestre. A direção informou que as aulas continuarão normalmente até o final deste ano letivo.
A partir de 2023 só serão mantidas a paroquia que funciona no local, o setor de ações sociais, a creche conveniada a prefeitura e um abrigo destinado a catadores de recicláveis.
Segundo a direção, o número atual de alunos e o alto custo de manutenção do prédio – que ocupa uma área de 17 mil m² – tornaram a situação financeira completamente inviável.
Conforme informou Pe Cassio Oliveira: “Ficou insustentável continuar com o colégio. Não temos mais procura de famílias porque o entorno dificulta muito. Tentamos de tudo para melhorar a situação, mas não é mais possível”
A direção explicou em reunião com os pais durante o anúncio do encerramento, que os alunos podem ser matriculados em outras unidades da Rede Salesiana Brasil de Escolas na cidade: o colégio Santa Terezinha e o Instituto Madre Mazzarello, ambos na zona norte da cidade.
Passado de glória que inclui ilustres
Figuras famosas como o ator Grande Otelo e o cantor Toquinho estão entre os ex alunos da unidade.
O colégio já chegou a ter mais de 3.000 alunos no passado, chegou até a oferecer cursos de graduação.
Hoje, tem menos de 200 alunos matriculados e só tem turmas de ensino fundamental (do 1º ao 9º ano). Com a baixa procura, a unidade deixou de ofertar turmas de educação infantil e ensino médio há alguns anos.
A mensalidade sai hoje em torno de R$1480 e as famílias dos alunos lamentam profundamente a situação ter chegado a este ponto e a escola “ter perdido” a para insegurança entre outros problemas sociais.
